Clemente Mariani
Clemente Mariani

Clemente Mariani

28.09.1900 (Salvador, Bahia)
13.08.1981 (Salvador, Bahia)

“Atuou, com competência, nas esferas pública e privada.”

Banqueiro, político, empresário, advogado, professor e jornalista brasileiro. Participou ativamente da vida política e econômica do país durante décadas, tendo sido deputado federal, ministro da Educação, ministro da Fazenda, presidente do Banco do Brasil e um dos grandes responsáveis pelo investimento no projeto da indústria petroquímica da Bahia.

NASCIMENTO E INFÂNCIA. Nascido em Salvador, em 28 de setembro de 1900, Clemente Mariani, filho do desembargador Pedro Ribeiro de Araújo Bittencourt e de Ana Clemente Mariani Bittencourt, foi criado no engenho Api na cidade de Catu. Foi nesse município da região metropolitana da capital baiana, com tradições petrolíferas, comerciais e culturalmente conhecido pela festa de Reis que Mariani iniciou seus estudos com a avó paterna, Ana Ribeiro de Góis Bittencourt. Mariani tinha parentesco (terceiro grau) com o barão de Vila da Barra (Francisco Bonifácio de Abreu) e com o barão de Cotegipe ( João Maurício Wanderley). De volta à capital baiana, foi aluno do Ginásio Nossa Senhora da Vitória, onde fez o curso primário e iniciou o secundário, concluído no Ginásio Ipiranga.

CAMINHOS ENTRE O PAPEL, A PENA, A BALANÇA E A CÂMARA. Com apenas 16 anos ingressou na Faculdade de Direito da Bahia, e após quatro anos se formou sendo o orador da turma e obteve grau de bacharel em 1920, com tão somente 20 anos. No ano seguinte iniciou a sua atuação como advogado. Antes disso, no ano anterior, já dirigia a Revista de Assistência Judiciária Acadêmica da Faculdade de Direito da Bahia. Ainda em 1921, em paralelo à advocacia, começou a atuar na área jornalística, tendo sido redator e mais tarde redator-chefe do Diário da Bahia, o que contribuiu fortemente para o seu interesse pela política e, posteriormente, determinou sua adesão à campanha do jornal em apoio à Reação Republicana, chapa de oposição nas eleições presidenciais de 1922 encabeçada por Nilo Peçanha e José Joaquim Seabra, ambos candidatos à presidência e à vice-presidência da República, respectivamente. O movimento reacionário republicano foi unanime na Bahia, contando inclusive com o apoio de políticos ligados a Rui Barbosa e tradicionais opositores do Seabra. Todavia, o candidato Artur Bernardes levou a melhor nas eleições. Considera-se que o engajamento de Clemente Mariani no combate à candidatura do candidato carioca serviu um ponto de partida para sua carreira política, já que logo em seguida, em 1924, foi eleito Deputado Estadual pelo distrito de São Francisco – região de sua família por parte de mãe –, cargo político pelo qual teve breve passagem de um ano, optando por lecionar Direito Comercial na mesma faculdade onde se formou, no qual foi aprovado por concurso. Entre 1925 e 1927, dedicou-se à advocacia, ao magistério e ao jornalismo.

Em 1927, ainda apartado da política, se afastou do Diário da Bahia e iniciou colaboração na Revista da Ordem dos Advogados do Brasil, a qual prosseguiria até 1930. Paralelo, em 1928, no entanto, a verve política lhe levou a participar de novo processo eleitoral, candidatando-se e sendo eleito, mais uma vez Deputado Estadual pelo distrito de São Francisco. Na legislatura, teve participação ativa na reforma da Constituição da Bahia, apresentando diversas emendas relevantes, que, em grande parte, foram aceitas e compuseram o documento na sua versão final.

Foto 1. Clemente Mariani.

Em 1930, com a revolução que levou Getúlio Vargas ao poder e a consequente derrogação de todos os órgãos legislativos do país, Mariani voltou-se para a advocacia e o magistério, manifestando oposição a Vargas. Na ocasião, entre 1931 e 1932, assumiu o cargo de orador oficial do Instituto da Ordem dos Advogados da Bahia, onde pode expressar seu repúdio aos atos do governo Vargas, ao qual se opunha, e denunciar a corrupção exercida pelos governos déspotas sobre o caráter nacional.

Em 1933, três anos após a revolução, participou ativamente da fundação do Partido Social Democrático (PSD) da Bahia, liderado por Juraci Magalhães. Como candidato à Assembleia Nacional Constituinte, liderou em segundo lugar os votos do estado. Apesar do seu projeto para distribuição das bancadas do plenário ter sido rejeitado por tendências ideológicas, o mesmo serviu como base para um dispositivo da Constituinte de 1946. Na comissão coordenadora das emendas constitucionais, ainda na condição de representante da bancada baiana, apontou emendas para a estruturação de poderes governamentais que se tornariam o principal texto da Constituição de 1934.

Reeleito em 1934 pelo PSD, liderou a bancada baiana na Câmara e apoiou o governo de Juraci Magalhães. A caminhada política de Mariani seguiu e se consolidou dentro de uma visão liberal, sempre se opondo às propostas de comunistas e integralistas, vistas por ele como totalitárias.

Antes do golpe que instituiu o Estado Novo, Mariani já havia deixado o país rumo à Europa, onde se afastou da política, sendo substituído na Câmara por Artur Neiva, e, mais uma vez, voltou a exercer atividades relacionadas à advocacia e ao magistério.

Às vésperas do golpe de 10 de novembro de 1937, que instituiu o Estado Novo, Mariani voltou ao Brasil e assumiu publicamente não aceitar seus postulados. Em 1937, resolveu abandonar a advocacia e o magistério para dedicar-se à presidência da Cia. de Imóveis e Representações Brasileiras (Cirb), empresa que fundou no Rio de Janeiro (Distrito Federal na época) durante o período de seu mandato na Câmara, e à Companhia Usina cinco Rios, a qual comprou em 1938 com o subsídio financeiro da Magalhães Comércio e Indústria, sua constituinte e subsidiária da Shell. A atuação como executivo o levou à função de diretor da Associação Comercial da Bahia, posição que lhe permitiu apresentar e advocar a proposta da utilização da Cachoeira de Paulo Afonso para sanar problemas relacionados à falta de energia na Região Nordeste.

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