Gestões Inspiradoras da Bahia
Lutz Viana Rodrigues Júnior

Lutz Viana Rodrigues Júnior

29.01.1959 (Nanuque, Minas Gerais)

“Quando os produtores evoluem, a indústria cresce.”

Figura 1. Lutz Júnior e Jacques Wagner, ex-governador da Bahia.

De uma família mineira de pecuaristas, Lutz Viana Rodrigues Júnior, aproveitou as oportunidades do estado ao lado, desbravando a cidade de Ibirapuã, localizada no sul da Bahia, para se tornar um baiano de profissão. Hoje Lutz Júnior é um renomado empresário e presidente da  agroindústria Laticínios Davaca.

HABILIDADES PASSADAS DE PAI PARA FILHO. O pai de Lutz Viana Júnior, Lutz Viana Rodrigues, foi um dos maiores pecuaristas de Minas Gerais, conhecido por ser um exímio criador de zebuínos no país (animais com dupla aptidão, usados tanto para a produção leite, como para a produção de carne). Na sua região, o pai de Lutz Júnior era chamado pelos funcionários e contribuidores de Senhor Tinga. Ele faleceu quando tinha 84 anos na capital mineira. Mas não sem antes passar suas experiências para seus filhos, por meio dos aprendizados que lhes proporcionava, na fazenda Cinelândia, em Nanuque – cidade situada no interior do estado de Minas Gerais. Nesse local, Lutz Rodrigues criou as raças zebuínas: Nelore, Tabapuã e Gir. Ele chegou a ser membro da Assistência Brasileira de Criadores Zebu, em 1970.

Foi nesse contexto de criação de zebuínos que nasceu o mineiro Lutz Viana Rodrigues Júnior. Contudo, diferentemente de seu pai, não quis construir a vida em Minas Gerais. Em vez disso, quis aproveitar as oportunidades do estado ao lado, desbravando a cidade de Ibirapuã, localizada no sul da Bahia, e se tornar um baiano de profissão. Essa ação foi facilitada pelo fato de o local escolhido fazer divisa com a cidade onde o pai de Lutz Júnior montou sua fazenda, a cidade de Nanuque. Em 1945, o local era chamado de Bom Jesus. Em 1953, quando o distrito foi criado, alteraram a  nomeação para Ibirapuã – que significa, em tupi-guarani, madeira dura. Só em 1962 virou município, o qual hoje faz divisa com: Serra dos Aimorés, Lajedão e Teixeira de Freitas.

Foi nesse lugar que Lutz Júnior resolveu demonstrar suas façanhas empresariais e corporativas inspiradas na vida do grande pecuarista que foi seu pai. A Bahia seria o lar do seu maior negócio: os Laticínios Davaca.

PREFEITO E EMPRESÁRIO. Em 1988, Lutz Rodrigues Júnior resolveu se candidatar para ocupar a prefeitura de Ibirapuã, tendo sido eleito em 1989 e concluído seu mandato em 1992. Sua administração foi reconhecida pela população como comprometida em adotar medidas que  melhoraram a infraestrutura do município, especialmente das propriedades rurais.

Paralelamente a essa gestão como prefeito, Lutz Junior comprou uma propriedade na cidade de Ibirapuã – a Fazenda Campo Grande. Foi nessa propriedade que ele começou a construção de um dos seus maiores empreendimentos. Primeiramente, Lutz se uniu a seu irmão Paulo Rodrigues, em outubro de 1991, para abrir a empresa P&L, que começou pequena, sem retorno imediato. Pouco tempo depois, Paulo Rodrigues se retirou da sociedade e deixou a empresa sob o comando exclusivo de Lutz Júnior. Com sua dedicação e sua vocação empreendedora, a P&L cresceu e tornou-se uma das maiores empresas do ramo leiteiro no país. Em 1992, a empresa se transformou na Laticínios Davaca, ofertando seus produtos em quase todo o território nacional.

Adicionalmente, a Fazenda Campo Grande também abriga o projeto Girolando Campo Grande, que produz mais de 40 mil litros de leite por dia. A fazenda possui 1.120 hectares, com um rebanho de mais de 1.800 cabeças, trabalhando com o que há de mais avançado em tecnologia  agropecuária.

Figura 2. Lutz Júnior em inauguração de fábrica de queijos da Laticínios Davaca.

A GIGANTE DAVACA. No início de suas atividades, na década de 1990, a Laticínios Davaca realizava o processamento de 2,6 mil litros de leite por dia, convertidos em queijo parmesão e manteiga, vendidos apenas para a cidade de Recife. Como Lutz almejava o crescimento, focou na diversificação da produção e distribuição, evoluindo o negócio e passando a abastecer as redes de supermercados e o varejo baiano. O aumento da demanda elevou o consumo para cerca de 450 mil litros de leite por dia. A empresa apenas produzia 25% da matéria prima de que necessita. O restante passou a ser comprado de municípios do extremo sul da Bahia, como a cidade de Camacan, bem como de municípios do Nordeste de Minas Gerais. Isso movimentou o comércio dessas regiões.

As vendas da Davaca foram ampliadas na Região Nordeste, passando a alcançar o Sudeste brasileiro, incluindo no estado de São Paulo o abastecimento das cidades de Campinas, Presidente Prudente e Ribeirão Preto. Depois, o mercado consumidor do estado do Espírito Santo também passou a ser atendido.

Em 2009 e 2010, a manteiga Davaca, menina dos olhos de Lutz, foi premiada no Concurso Nacional de Produtos Lácteos. Em 2011, a empresa ganhou o título de “Melhor Manteiga do Brasil”. Entre os anos de 2012 e 2013, a empresa realizou uma grande ampliação da sua planta industrial. Durante as obras, gerou cerca de 90 postos de trabalho em Ibirapuã. Após a conclusão, cerca de 250 novos empregos foram criados, com a indústria tendo mais de 500 funcionários diretos, além de mais de 3 mil colaboradores no campo. Nessa ampliação, foram investidos R$ 40 milhões para a construção de uma nova fábrica, o que dobrou a capacidade de produção, com aquisição de equipamentos mais atualizados tecnologicamente. A nova fábrica foi inaugurada em 13 de abril de 2013, contando com a participação do governador da Bahia à época, Jaques Wagner.

Antes mesmo dessa ampliação, a Davaca já possuía a maior planta de queijos do Nordeste. Depois disso, passou a estar entre as quatro maiores e mais modernas do Brasil no segmento leiteiro. Dessa forma, a empresa precisou ampliar novamente o número de fornecedores de leite para suprir a demanda, que somou, em média, 1,7 mil pequenos, médios e grandes produtores.

A gestão de Lutz permitiu que a Davaca figurasse, em 2013, entre as maiores responsáveis pelo movimento do setor leiteiro no extremo sul da Bahia. Os investimentos elevaram a participação da empresa no mercado. Mais produtos passaram a ser ofertados, todos com rigoroso controle de qualidade, incluindo a segurança alimentar das suas instalações, como Lutz sempre prezou desde a sua fundação na década de 1990. No mesmo ano, a Davaca participou da feira de supermercados da Associação Baiana de Supermercados (Abase), quando ficou ainda mais notório que a marca estava bem posicionada e estava sendo bem aceita no mercado baiano.

Em 2015, a Laticínios Davaca investiu R$35 milhões em uma torre de secagem, aparelho responsável por realizar a desidratação de soro, um subproduto da fabricação do queijo. O equipamento foi instalado para secar 500 mil litros de soro de leite por dia. O soro em pó passou a ser vendido para indústrias de biscoitos, macarrão, bebida isotônica e achocolatados. Desse modo, em 2015, a empresa de Lutz Júnior conquistou um importante e novo mercado consumidor a partir da fabricação do soro do leite.

Figura 3. Laticínios DAVACA promove seu tradicional Café da Manhã com produtores rurais.

A empresa também pode ser entendida como bom exemplo para o setor leiteiro nacional, investindo em melhoramento das pastagens e da genética do rebanho. Essa última ação é feita por meio de inseminação, através de transferência de embrião ou da fertilização in vitro – método no qual há a formação de embriões em laboratórios por meio de óvulos e espermatozoides selecionados com o intuito de se obter animais com a maior produtividade possível, sendo possível escolher o sexo da nova cria, o que é uma grande vantagem para as fazendas leiteiras que têm, naturalmente,  preferência pelas fêmeas.

Outro benefício estaria na otimização do processo, já que o embrião chega com sete dias para ser implantado nas receptoras (ou “mães de aluguel”). Sob a gestão de Lutz Júnior, a empresa inovou ao fornecer essa tecnologia de ponta, usada em todo mundo, a um baixo custo aos produtores associados. Os embriões são produzidos na sua própria sede e depois são disponibilizados aos produtores junto com os técnicos responsáveis por realizar o procedimento. Tudo isso a um preço acessível com o propósito de contribuir com a melhoria genética dos rebanhos dos produtores e, assim, obter uma matéria-prima cada vez melhor para ser utilizada nos seus processos industriais. Outro motivo para oferecer tecnologia de última geração a preços baixos para os produtores é que Lutz acredita que a pecuária leiteira é a principal causa da fixação dos trabalhadores rurais na região, uma vez que a produção é predominantemente familiar. Por isso, ele investe em melhores condições para os produtores locais, pois acredita que sua empresa deve ter um papel social ao ajudar essas famílias rurais a terem qualidade de vida e, desse modo, permanecerem produzindo no campo em vez de migrarem para as cidades.

Figura 4. Lutz Júnior com produtores no evento Café com o produtor de 2019.

Como resultado do trabalho árduo desse gestor, em 2016, a produção já atendia também os estados de Sergipe, Pernambuco e Rio de Janeiro e a empresa estava entre as quatro maiores e mais modernas do Brasil no segmento leiteiro. Com uma linha de produtos que incluía, além do queijo parmesão e da manteiga: queijo minas, queijo prato, queijo muçarela, queijo lanche, requeijão cremoso, queijo processado cheddar, leite pasteurizado, leite em pó fracionado e até mesmo achocolatado. Em março de 2016 lançou a linha de queijos 0% lactose e a linha culinária de requeijões,  voltada para profissionais de padarias, confeitarias e pizzarias. Em junho do mesmo ano, lançou o queijo gouda, o queijo tipo reino e também passou a produzir a linha Rações Davaca. O maior desempenho implicou a necessidade de passar a comprar leite de cerca de 1.400 fazendas  diferentes. Novos empregos foram criados no campo, na indústria, nos transportes e nos supermercados.

Em 2021, a empresa ganhou o Prêmio Líderes de Vendas da ABASE Salvador nas categorias manteigas e queijos, com o troféu tendo sido entregue a Lutz Viana Rodrigues Júnior e a Nívia Chácara, diretora da empresa.

A Davaca havia se tornado uma gigante do setor leiteiro. Além de empregar muitos baianos, passou a contribuir imensamente para a economia da região ao comprar o leite do produtor, fabricar os derivados, vender esses produtos e usar parte do lucro para investir em infraestrutura no setor da agroindústria da região.

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