Gestões Inspiradoras da Bahia
João Maurinho Falcão

João Maurinho Falcão

13.05.1893 (Feira de Santana, Bahia) 29.11.1971 (Feira de Santana, Bahia)

“A vitória do homem se dá pela honra e pelo trabalho.”

Foto 1. João Marinho e família.

João Marinho Falcão foi um político e empreendedor de Feira de Santana que ao longo de sua trajetória sempre demonstrou identificação absoluta com a sua terra e a sua população. Apaixonado por sua cidade natal, aproveitou toda sua sagacidade a favor do progresso da sua região.

UM FEIRENSE APAIXONADO POR SUA CIDADE. No início do século XVIII, os proprietários da fazenda Olhos D’água, Domingos Barbosa de Araújo e Ana Barbosa, construíram uma capela em torno da qual começou a crescer uma população e feiras que se tornaram um importante centro de permutas comerciais. Dessa história é que se consolida uma das mais importantes cidades baianas da atualidade: Feira de Santana, que, a princípio, era só uma pequena comunidade.

Na década de 1890, quando Feira de Santana já era mais do que uma vila, nasceu João Marinho Falcão – um feirense tão apaixonado por sua cidade natal que declarava a saudade dela mesmo quando passava temporadas nas grandes metrópoles mundiais como Nova York. João Marinho era filho de Viriato Vasco Marinho e Alexandrina Ribeiro Falcão. Ficou órfão muito cedo, perdendo o pai aos cinco anos de idade, e a mãe antes do vigésimo aniversário. Assim, desde cedo teve que trabalhar para ajudar a sustentar os irmãos.

Iniciou suas atividades no comércio, como um empregado em busca de sustento para si e sua família. Entretanto, rapidamente evidenciou seu tino empresarial, tornando-se, em pouco tempo, sócio do negócio em que trabalhava. Esse foi o embrião do império construído por esse feirense em sua cidade natal.

OS PRIMEIROS DESAFIOS. Com a perda precoce do pai, João Marinho iniciou o trabalho na roça familiar ainda na infância. Nas feiras do município, encarregava-se da venda de animais tão diversos como passarinhos e cabras e carneiros. Aliás, reputa a esse período o início da perseguição pelo fisco, num episódio no qual um fiscal de coletoria o inquiriu em relação à licença para a venda de animais.

A mãe achava que a atividade não garantia futuro para o filho e contou com um comerciante de prestígio para tentar encaminhá-lo na alfaiataria. Após deparar-se com a falta de jeito de João Marinho, o mestre Quintino Sales expôs a sua falta de aptidão para o ofício.

Para sua sorte, o tio Manuel possuía um importante estabelecimento comercial, Ribeiro & Cia., armazém de secos e molhados. Desta vez, correspondeu, mostrando grande aptidão para o comércio. Além de trabalhador incansável, mostrou-se inteligente e comunicativo, ganhando rapidamente a confiança do tio.

A necessidade de se superar e de dar certo na vida se tornou mais pronunciada quando, aos 18 anos, perdeu a mãe. Passou, então, juntamente com as três irmãs mais velhas, a ser o responsável pela dignidade da família de oito irmãos, contando com a ajuda do avô materno, Antônio Ribeiro Falcão, e dos tios Manuel e Alexandre.

Foto 2. Chegada de Juscelino Kubitshchek em Feira de Santana para inauguração.

SURGE O COMERCIANTE. Após a precoce orfandade, João sofreria, pouco mais de dez anos após a morte da mãe, uma outra perda muito importante. O tio Manuel Falcão morre em 1922 e João Marinho, já casado com Adnil, sua primeira esposa, é convidado pela viúva para assumir a direção da firma, na condição de sócio. Não demorou a expandir os negócios, viajando constantemente para o sertão e para os municípios vizinhos.

As atividades comerciais prosperavam, mas uma ocorrência inesperada acabou determinando uma nova guinada nos negócios de João Marinho. Diante do resultado de uma auditoria na contabilidade, colocou o seu cargo à disposição. A viúva do tio decidiu, então, vender a sua parte na firma, oferecendo ao sobrinho do marido a preferência para a compra. Associando-se a Adalberto Constâncio, comerciante capitalizado e genro da viúva do tio, fundou a Adalberto Pereira & Cia, que incorporou a Ribeiro & Cia., proporcionando grande impulso à empresa original.

Vocacionado para o comércio e com os negócios em expansão, João Marinho tomou a decisão, mais adiante, de incorporar a tradicional loja Ramos & Cia. Discordando da ousadia da iniciativa, o sócio Adalberto Constâncio retirou-se da sociedade que passou a contar, além de João Marinho, com Hermínio Francisco dos Santos, Arsênio Oliveira e Bernardino de Souza Lima. A partir daí, os empreendimentos cresceram muito, e a firma se tornou uma das maiores do interior do estado. Muito do sucesso dos negócios vinha da audácia de João Marinho que adquiria estoque vultosos das chamadas mercadorias da lei para obter melhores preços em produtos como o charque gaúcho e o açúcar das usinas baianas.

A prosperidade alcançada não diminuiu a simplicidade de João Marinho Falcão que continuava a receber os tropeiros para receber os pedidos de mercadoria, sem formalidades, estabelecendo relações sustentadas pela confiança. Além disso, apesar da capacidade de bem negociar, jamais deixava de ser empático. Durante situações calamitosas, como as secas, com as quais convivera na condição de comerciante, procurava prorrogar o vencimento das faturas e das dívidas dos fregueses. Por reciprocidade, possivelmente, muito raramente amargou algum prejuízo. Nos cenários de escassez de água, franqueava aos vizinhos o acesso a esse recurso essencial. A constante repetição da frase “Quando acabar, será para todos” evidencia o seu senso de solidariedade.

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