Gestões Inspiradoras da Bahia
Mário Amerino da Silva Portugal

Mário Amerino da Silva Portugal

13.01.1930 (Salvador, Bahia)
29.06.2013 (Salvador, Bahia)

“Quando todos trabalham na mesma direção, novos horizontes se abrem.”

Figura 1. Visão de Salvador em 1912, com o Cais do Ouro.

O produtor Mário Amerino da Silva Portugal foi um empresário baiano de destaque na área do fumo, especificamente no ramo dos charutos. Sua história se entrelaça com a da família cubana de Alonso Menendez. 

O INÍCIO DA TRAJETÓRIA EMPRESARIAL E A HISTÓRIA DO FUMO NA BAHIA. Mário Amerino da Silva Portugal nasceu na capital baiana no ano de 1930, ano da Revolução que colocaria Getúlio Vargas pela primeira vez na presidência do Brasil. Era herdeiro de uma tradição empresarial no setor de beneficiamento e de comércio do tabaco. Aos 18 anos, em 1948, começou a trabalhar na empresa do pai, a Amerino Portugal Comércio e Indústria S.A., uma das maiores indústrias baianas de tabaco, pela qual Mário Amerino  tornou-se responsável por quase toda a vida.

Como defensor incansável do fumo baiano, Mário Amerino Portugal sempre manteve vivo em si o desejo de qualificar a produção brasileira de charutos. O que parece justo, visto que a história do fumo é tão importante para o Brasil que as folhas de fumo aparecem  floridas ao lado esquerdo do brasão da República, formando uma coroa junto com um ramo de café frutificado e sobre o resplendor do ouro. Assim como a cafeicultura, a cultura do fumo foi responsável por gerar grandes fortunas, como a da família de Mário  Amerino Portugal. Nesse contexto, a Bahia se destacou como a primeira região do mundo a cultivar tabaco e, até meados do século XX, praticamente a única exportadora do gênero no Brasil.

O fumo é parte do patrimônio imaterial da Bahia, embora isso não seja oficialmente reconhecido, tornando-se parte indissociável das tradições e cultura do estado – especialmente da região do Recôncavo Baiano, onde se produzem os melhores charutos. Os charutos eram inicialmente produzidos por mulheres baianas que se sentavam nos terreiros para enrolar as folhas de tabaco, assim como faziam as índias na época colonial do Brasil. Depois, nasceram as indústrias nacionais que trouxeram maior profissionalização da  produção dos charutos, contudo, sem perder a essência do trabalho feminino e artesanal.

A primeira fábrica baiana de charutos, a Juventude, foi fundada em 1842 na cidade de Cachoeira. Foi um prenúncio de que o Recôncavo Baiano seria um dos principais a abrigar a indústria, especialmente a parte sul do Recôncavo, que abriga a região fumageira baiana e inclui municípios como São Gonçalo dos Campos, Cruz das Almas, São Félix, Cachoeira e Maragogipe. As décadas de 1950 e 1960 foram o grande auge para as indústrias baianas desse ramo e, logo após esse período, na década de 1970, surgiu a empresa Menendez & Amerino.

A CRIAÇÃO DO SINDICATO DA INDÚSTRIA DO FUMO. Mário Amerino da Silva Portugal criou, em 1960, o Sindicato da Indústria do Fumo da Bahia – atual Sinditabaco-BA.

A Sinditabaco-BA estima que o setor de tabaco emprega atualmente mais de 4.500 mulheres na faixa etária entre 35 e 60 anos. A maioria aprendeu o ofício com suas avós ou mães. À frente do sindicato, Mário Portugal sempre atuou no sentido de que a instituição fosse pautada pela responsabilidade social. Ainda hoje, a preocupação com os funcionários é marca da atuação do Sinditabaco-BA que conta com projetos de alfabetização e de inclusão digital para funcionários e creches dentro das intermediações das próprias indústrias, bem como com o rígido monitoramento da frequência escolar dos filhos dos produtores de tabaco.

Em um país que valoriza a produção latifundiária, se destacam as ações do Sinditabaco-BA no fortalecimento da agricultura familiar. Entre elas incluem-se os treinamentos sobre agrobiodiversidade e as orientações para a qualificação da colheita das folhas de fumo.

A Sinditabaco-BA também atua em prol da responsabilidade ambiental ao ensinar os produtores sobre o uso correto dos produtos químicos nas plantações e a elaborar programas de reflorestamento e recuperação de nascentes.

Mário Portugal ficou na presidência do órgão até precisar se afastar das atividades profissionais, por motivos de idade e saúde.

Foto 1. Fabrica Menendez & Amerino.

OS MENENDEZ: DE CUBA PARA AS ILHAS CANÁRIAS E DELAS PARA A BAHIA. A história de Mário Amerino Portugal, no entanto, encontra-se fortemente imbricada com a do cubano Alonso Menendez. Fugindo da estatização e dos embargos impostos aos produtos cubanos por parte dos Estados Unidos após a revolução castrista, Alonso Menendez se mudou com sua família para as Ilhas Canárias, um arquipélago espanhol tomado por ilhas vulcânicas e por praias de areia negra, onde criaram a Companhia Insular Tabacaria. Foi nesse contexto que começou o vínculo dos Menendez com a Bahia e com a família Amerino, pois, para produzir nas Ilhas Canárias produtos com a mesma qualidade daqueles feitos em Cuba, foi necessário importar as folhas de fumo da empresa comandada por Mário Amerino Portugal.

Dessas circunstâncias, nasceu uma amizade entre os filhos de Alonso Menendez – Benjamim Menendez e Félix Menendez – e Mário Amerino Portugal, que teve por efeito a mudança dos Menendez das Ilhas Canárias para a Bahia, depois da morte do patriarca Alonso, em busca de uma reconfiguração no negócio de vender charutos. A tal mudança resultou na construção, em novembro de 1977, da empresa Menendez & Amerino no Recôncavo Baiano, na cidade de São Gonçalo dos Campos, a qual oficializou a parceria entre Mário Portugal e os cubanos.

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