Gestões Inspiradoras da Bahia
Theócrito Calixto de Cunha

Theócrito Calixto de Cunha

24.09.1919 (Conceição do Coité, Bahia)
26.05.2000 (Capim Grosso, Bahia)

“Grandes homens são capazes de inspirar toda sua comunidade.”

Figura 1. Theócrito e a família.

Theócrito Calixto da Cunha foi um homem de negócios do ramo de sisal e pecuarista na região de Capim Grosso, uma microrregião do município de Jacobina, local onde faleceu em 2000. Além da importância para a cultura do sisal, teve expressiva atuação política  no município de Conceição do Coité, onde foi vereador e prefeito, projetando-se, posteriormente no nível estadual, exercendo mandato de deputado.

UM ILUSTRE RESIDENTE DE CONCEIÇÃO DO COITÉ. O município de Conceição do Coité está localizado a 210 km da capital, Salvador. De clima semiárido, a região tem a caatinga como bioma predominante e tem o sisal como uma das bases mais importantes da sua economia. O vegetal é também chamado de ouro verde ou ouro branco, devido às riquezas que é capaz de proporcionar a quem o cultiva.

Quando Conceição do Coité ainda não era um município independente, em 1919, nasceu ali o coiteense Theócrito Calixto, filho de Ernesto Calixto da Cunha e Theodolina Ramos da Cunha, que eram conhecidos no arraial como Calixto e Loura. Na mesma região onde nasceu, Theócrito estudou, até concluir o secundário, e, desde cedo, se mostrou predestinado ao sucesso empresarial e político.

Mais tarde, já aos 27 anos, Theócrito Calixto casou-se com Judith Dhom da Cunha e com ela teve três filhos: Corina Maria, João Vicente e Theolinda.

DISTRITO DE SALGADÁLIA E CONCEIÇÃO DO COITÉ. Na época do Brasil Colônia, depois que as capitanias hereditárias demonstraram ser um plano fracassado, a coroa portuguesa resolveu adotar o sistema de sesmarias. Nesse novo esquema, as terras eram doadas por meio de documentos denominados Cartas de Foral que estabeleciam as fronteiras de cada território, além de conceder privilégios aos seus proprietários.

Foi uma sesmaria que deu origem ao Distrito de Salgadália, situado próximo à Conceição do Coité. A área que hoje forma o distrito foi doada inicialmente a Francisco Gonçalves Leite e, depois de sua morte, na década de 1740, passou para posse de seus herdeiros. No entanto, a história do Distrito de Salgadália começa a se destacar apenas no final da década de 1880 por conta de uma estrada de ferro que foi construída passando pela região – construção que durou até a década de 1890, quando os trilhos chegaram à cidade de Juazeiro.

Junto com o crescimento dessa estrada de ferro, a região de Salgadália se desenvolveu por ser um dos pontos de passagem dos trens, o que lhe trouxe dias de glória. O sucesso de Salgadália se transformou também em benefício para Conceição do Coité, que era apenas um arraial à época. Isso porque, por meio da ferrovia, foi possível exportar e importar mercadorias de primeira linha que trouxeram riquezas, conforto e qualidade de vida para os moradores do pequeno arraial.

Enquanto Coité crescia, a região de Salgadália crescia ainda mais. A sua autonomia e reconhecimento oficial como um distrito, entretanto, tardou. Somente no dia 07 de abril de 1953, enquanto o prefeito da cidade de Conceição do Coité era Wercelêncio Calixto Mota – tio de Theócrito Calixto, que era vereador nessa circunstância – foi enviado para a Câmara Municipal o Projeto de Lei que seria responsável por tornar oficial a existência do Distrito de Salgadália.

Figuras 2 e 3. Plantações de sisal em Conceição do Coité.

Nesse mesmo período, após o ápice do comércio promovido por meio da ferrovia e do intenso vai e vem que ela favorecia, seguiu-se a crise desse tipo de transporte e o trem foi substituído pelos caminhões. A ferrovia entrou em desuso devido ao grande estímulo promovido pelo governo de Juscelino Kubitschek, na década de 1950, à indústria automobilística, incentivando a criação de várias rodovias e a priorização do transporte rodoviário no Brasil.

Entretanto, as economias de Coité e de Salgadália, incrivelmente, não sofreram prejuízos com essa mudança. Uma vez que, naquele momento, os empresários locais já estavam investindo em uma cultura que seria responsável por trazer novas riquezas e estabelecer renovadas articulações políticas. Isso promoveu a criação de rodovias e a infraestrutura necessárias para que o município de Conceição de Coité e o Distrito de Salgadália não só acompanhassem as inovações do país, como também crescessem em ritmo ainda mais acelerado. Toda essa circunstância ocorreu graças,  principalmente, ao empreendedor Theócrito Calixto que investiu maciçamente em uma cultura que se tornaria a maior riqueza da região – o sisal.

SISAL: O OURO VERDE E O CÍRCULO VIRTUOSO PROMOVIDO POR THEÓCRITO CALIXTO. Na história de Conceição de Coité, a exemplo do Antônio Conselheiro de Canudos, também há um conhecido profeta, João Batata, que previu que Theócrito seria rico e enriqueceria toda a cidade por meio do ouro verde. Ele dizia que o povo de Coité iria viver de uma planta com um espinho na ponta, ganhando bastante dinheiro com seu cultivo e que até as crianças iriam brincar com o dinheiro à beira da estrada de tanta riqueza que haveria. A tal planta era o sisal.

Apesar de muitas vezes ser encontrado vagando maltrapilho e embriagado pelas ruas da cidade, os discursos visionários de João Batata eram levados a sério pelo povo coiteense. Desse modo, não surpreendeu os habitantes do município, a comprovação posterior do acerto da sua previsão, acostumados que estavam com a sua inexplicável capacidade de prever o futuro.

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