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07.07.1953 (Salvador, Bahia)
“Nesses tempos em que o sol Parece fogo, crepita Só nos salva o Guaraná Feito na Fratelli Vita A própria insolação Já com a gente o acredita Se toma o Guaraná Somente o Fratelli… evita…”
Giuseppe Vita, imigrante italiano, empreendeu diferentes negócios no Brasil. Com o irmão, fundou a Fratelli Vita, fabricante de refrigerantes e, posteriormente, de cristais. Foi um dos grandes exemplos de empreendedores na Bahia. Seus negócios alcançaram o estado de Pernambuco, com a Fratelli Vita instalando filial.
DA ITÁLIA PARA O BRASIL. Mais de um milhão e meio de imigrantes vieram construir a vida no Brasil a partir do final do século XIX. A grande maioria teve a região Sudeste e, principalmente, o estado de São Paulo como destino. Esse não foi o caso de quatro dos oito filhos de Micheli Vita e Magdalena Charelli Vita, que chegaram à Bahia em 1880 vindos de Trecchina, da província de Potenza, da atrasada e pobre Itália meridional.
Na Bahia, existiu uma malograda tentativa de instalação de colônia italiana. Os irmãos precisaram se separar em busca de melhores oportunidades. Domino Vita foi para a Argentina. Ângelo Vita continuou no Brasil, tentando a sorte sozinho por meio do artesanato em couro, produzindo
malas. Giuseppe e Francesco Vita permaneceram juntos, empreendendo de diferentes formas.
No final do século XIX, criaram e passaram a produzir um pequeno aparelho de iluminação a base de carbureto de cálcio, que, ao ser misturado com água, permitia produzir o gás acetileno, então empregado para iluminação, já que, quando queimado com uma quantidade adequada de ar, gerava uma luz branca. Viajavam pelo interior da Bahia, promovendo iluminação a acetileno nas festas promovidas por pequenas cidades baianas. Giuseppe fabricava e Francesco apresentava e vendia invenção.
Ampliaram os conhecimentos do interior baiano por meio do exercício da atividade de mascate, carregando tropas com entre dez e vinte burros com diferentes tipos de mercadorias, da linha ao tecido. Francesco também exercia a função de prático dentista, extraindo dentes. Laços foram criados com comunidades rurais, aproveitados no desenvolvimento dos negócios futuros.
Em Salvador, no Bonfim, montaram um pequeno cinema com projetor a carvão. Contudo, os resultados financeiros foram pífios. As instalações e o maquinário eram precários, com a película de projeção pegando fogo regularmente, aborrecendo os expectadores que não conseguiam assistir ao final do filme. Também existiam limitações do público pagante, já que estudantes entravam de graça.
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Foto 1. Calçada do Bonfim, próxima à estação da Bahia and San Francisco Railway (1861).
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Foto 2. Fábrica da Companhia Fratelli Vita em Salvador (1921).
Em 1892 registraram a sua indústria de bebidas, na Bahia. Em 1902, já capitalizados, a instalaram em um grandioso prédio em estilo inglês, próximo ao porto, na Rua da Calçada nº 120, Cidade Baixa de Salvador, bairro de Roma.
A qualidade dos produtos era ratificada pelos inúmeros prêmios conquistados em feiras exposições pelo Brasil afora. O distintivo “La Salute e L’Igiene” se tornou uma espécie de marca registrada da empresa, conforme destacado em suas antigas peças publicitárias.
Ainda em 1902, a Fratelli Vita lançou o Quinine Tonic Water, preferido da colônia inglesa na Bahia, a primeira água tônica no Brasil, com quinina importada, substância extraída da quina, uma planta usada contra a malária e a febre. Posteriormente, produziu bebidas alcoólicas. Iniciou com a “gengibirra”, da expressão inglês “ginger beer”, ou cerveja – bebida à base da fermentação – derivada do gengibre e que não fez muito sucesso. Também investiu em vinhos e conhaques.
Entre 1905 e 1910, produziu licores finos premiados em várias feiras e exposições de todo o Brasil. Era um “anisete mentolado”, bebida fermentada à base de “anis” – essência muito utilizada na Itália –, e outros sabores aproveitando frutas da terra como jenipapo e murici. A qualidade das bebidas Fratelli Vita era premiada em quase todas as exposições e feiras das quais a empresa participava.
Em 1907, aproximadamente, o fato de o consumo dos licores ser limitado e as questões religiosas associadas ao álcool neles contido motivaram os irmãos Vita a priorizarem a fabricação de bebidas não alcoólicas. Iniciariam a produção das suas famosas “gasosas”, bebidas não alcoólicas à base de água com gás carbônico (água carbonada), que ficariam conhecidas como “refrigerantes”. Surgia a primeira indústria de refrigerantes do Nordeste, com diferentes opções de sabores, como uva, maçã, cereja, ameixa, limão, pera e morango.
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