Gestões Inspiradoras da Bahia
Norberto Odebrecht

Norberto Odebrecht

09.10.1920 (Recife, Pernambuco)
19.07.2014 (Salvador, Bahia)

“Para trabalhar com todos, entender a importância de cada um.”

Foto 1. Dr. Norberto em conversa com funcionário na plataforma OPL.

Engenheiro, empresário, líder e educador brasileiro, Norberto Odebrecht foi o fundador e Presidente de Honra do Grupo Odebrecht (atual Novonor), organização brasileira de destaque na área da construção civil.

OS PRIMEIROS PASSOS DE UM RECIFENSE CRIADO NA BAHIA. A família de Norberto Odebrecht, de origem germânica, fixou-se no Brasil em 1856, na região do Vale do Itajaí, em Santa Catarina, a partir da chegada de seu bisavô, Emil Odebrecht, que veio da região da Pomerânia. Tal membro da família já demonstrava que a engenharia estava no DNA dos Odebrecht, visto que atuava como engenheiro agrimensor. O primeiro dos Odebrecht em solo brasileiro também atuou na Guerra do Paraguai, contribuindo indiretamente para o fim do Segundo Império brasileiro.

Entre as dezenas de netos gerados pelos filhos de Emil, estava Emílio, o pai de Norberto. Emílio se mudou para a região do Rio de Janeiro com o intuito de aprender sobre o uso de concreto armado e, mais tarde, no início do século XX, foi enviado ao Recife para a construção da Ponte Maurício de Nassau. A família aproveitou a prosperidade da região, devido às riquezas oriundas dos canaviais, para abrir a própria empresa ainda no Recife. Foi assim que Emílio Odebrecht fez história ao liderar a construção de vários edifícios no Nordeste.

O EMPRESÁRIO. No ano de 1872, o primo Alfredo Ricardo da Silva Bahia chegou de Cachoeira trazendo 500 mil réis de suas economias. Como ele e Amado Bahia eram muito amigos, este último propôs sociedade para o comércio de carnes verdes. O primo entraria com o capital e Amado Bahia, então com 19 anos, com o trabalho.

No período colonial brasileiro, Recife já se destacava por ser um centro de muitos comerciantes, de pessoas visionárias que almejavam construir um rico mundo urbano. Como efeito, os recifenses precisaram ir à luta para que a região deixasse de ser uma vila de Olinda e se tornasse oficialmente uma cidade.

Na década de 20 do século passado, no entanto, a crise do açúcar foi responsável pela mudança da família para a capital baiana, cidade que apresentava muitas oportunidades na visão de Emílio, já que a produção de fumo e de cacau estava enriquecendo vários dos seus moradores. Norberto tinha apenas cinco anos quando seu pai, Emílio Odebrecht, e sua mãe, Hertha Odebrecht, mudaram-se com os filhos para uma Salvador em franco processo de transformação, necessitando de investimentos em infraestrutura para superar o então recente passado colonial e se afirmar como metrópole.

Foi somente aos 12 anos, em 1932, quando entrou no Ginásio Ipiranga, em Salvador, que Norberto aprendeu a falar português. Até então, havia sido educado apenas em alemão. Sua formação também contou com uma rigorosa educação domiciliar, a qual incluía a disciplina de arrumar a cama, rachar a lenha e fazer exercícios de caligrafia imitando o alfabeto gótico, além de lições calvinistas que recebeu de sua mãe e de um pastor luterano. A criação com fortes influências germânicas era bastante diferente da experimentada pelos filhos da elite baiana, o que levou Norberto a confessar mais tarde ter se assustado com a convivência estabelecida com eles. Como aspecto fundamental dessa diferença, destacava a nítida percepção de que eles acreditavam ter vindo ao mundo para serem servidos e não para servir.

O mundo das construções e suas nuances incorporaram-se precocemente à vida de Norberto, pois, na adolescência, aos 15 anos, já se interessava pelos negócios do pai, acompanhando o trabalho de cada funcionário da empresa. Com a humildade e simplicidade que lhe caracterizariam por toda a vida, trabalhou no assentamento de pisos e na produção de esquadrias. A disponibilidade e o interesse em colocar a mão na massa se tornariam mais tarde um dos ingredientes do seu sucesso, pois desde cedo pôde aprender e assimilar a essência das atividades técnicas, desenvolvendo competências que iam do reconhecimento da textura ideal do concreto ao domínio das atividades administrativas de uma empresa.

Naquela época, no final dos anos 1930, Norberto trabalhava subordinado ao mestre de obras, pois era este que marcava as suas horas trabalhadas, as quais  determinariam o valor que receberia de mesada do seu pai. A perfeita compreensão dos diversos papéis e da necessidade de integração entre eles para o sucesso de um projeto de construção foi fundamental para que Norberto, desde muito cedo, realizasse a importância de cada indivíduo e função para tirar os grandes projetos do papel, assimilando como marca própria o princípio de trabalhar intensamente com todos.

Foto 2. Dr. Norberto com os jovens da Fundação Odebrecht.

DE PAI PARA FILHO. Há 80 anos, quando Norberto, ainda com 21 anos, estava no início do curso de engenharia da Escola Politécnica de Salvador, em 1941, assumiu a Construtora Emílio Odebrecht & CIA. À frente da construtora, Norberto também assumiu as dívidas de seu pai. A empresa estava falida, já que não havia resistido às consequências da Segunda Guerra Mundial, contexto histórico que resultou no encarecimento de produtos importantes para a construção civil. Assim, apesar da herança da construtora, o que Norberto contava de fato era com a sua força de trabalho. No entanto, soube não se deixar abalar pela situação adversa, tomando como verdade a filosofia existencialista de Sartre que lhe levou dogmaticamente a sempre se importar mais com as atitudes que viria a tomar do que com a situação ao seu redor.

A adversidade experimentada exigiu que Norberto e seus sócios, Francisco Valladares e Otto Schaeppi, também estudantes de Engenharia à época, compreendessem que o que a vida deseja dos seres humanos é coragem. Desse modo, elaboraram um plano político, econômico e social para mitigar os problemas da empresa. Foi naquele momento, que o Dr. Norberto começou a evidenciar o que poderia vir a alcançar como empreendedor. Primeiramente, conseguiu negociar as vultosas dívidas com os bancos, depois passou, progressivamente, a otimizar os projetos, melhorando a qualidade e o tempo de entrega das obras. Apesar da importância dessas ações, talvez o seu feito mais diferenciado tenha sido o estabelecimento do Pacto Social, a partir do qual selou um diálogo que permitiu a união entre empresários e funcionários. Os mestres de obras, por exemplo, passaram a receber não somente mais responsabilidades, mas também, e em contrapartida, parte dos lucros da empresa como recompensa pelos seus esforços.

Dessa forma, em apenas três anos, o Dr. Norberto mitigou as dívidas da empresa herdada de seu pai e, em 1944, fundou a poderosa Construtora Norberto Odebrecht, somente um ano após a sua formatura. O sucesso do astuto empreendedor veio da união entre o conhecimento que adquiriu no curso de Engenharia com os saberes advindos do convívio com diversos profissionais do ramo da construção, resultando no desenvolvimento de estratégias de sucesso nunca antes observadas em solo baiano, nem brasileiro.

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